Palestrantes

Palestra Convidada 1: Música, Pesquisa, Educação e Prática Contemplativa – As Muitas faces do L2Ork Ivica Ico Bukvic

Resumo: Linux Laptop Orchestra (L2Ork) é de longe o mais intenso esforço da minha carreira. Ele não só reestruturou meu foco criativo como também redefiniu os valores centrais que guiaram minha criatividade por mais de uma década. Talvez sua mais significativa influência tenha sido o dramatico deslocamento do individual para o communal, do “virtual” para o humano, resultando em uma SEAMLESS fusão de som e movimento. L2Ork tem se tornado muito mais que uma montagem—um aglutinador para pesquisa e educacional OUTREACH, bem como um veículo para a arte contemplativa. Consequentemente, eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para compartilhar com a audiência do L2Ork importantes lições aprendidas durante a jornada e uma visão pessoal sobre o futuro da computação musical dirigida a montagem e centrada no ser humano.

Bukvic, Ivika Ico Ivica Ico Bukvic é doutor pela College-Conservatory of Music, de Cincinnati (USA) e Professor Associado na Virginia Tech, atuando na área de tecnologia musical. É fundador e diretor do Digital Interactive Sound and Intermedia Studio (DISIS) e da primeira Orchestra de Laptops em ambiente Linux do mundo (L2Ork). É coordenador do Institute for Creativity, Arts, and Technology (ICAT) e do Integrative Mind & Performance Through the Arts, Creativity, and Technology (IMPACT) Studio. É também membro do Center for Human-Computer Interaction (CHCI) e professor visitante nos departamentos de Ciência da Computação e da Escola de Artes Visuais

 

Palestra Convidada 2: Discussão sobre a evolução das pesquisas em Recuperação de Informação Musical a partir de pesquisas apresentadas no ciclo de eventos MIREX
Stephen Downie

Resumo: O MIREX - Music Information Retrieval Evaluation eXchange (Compartilhamento da Avaliação da Recuperação da Informação Musical) é um ciclo anual de eventos no qual pesquisadores em Recuperação de Informação Musical (MIR) se encontram para confrontar o desempenho dos seus algoritmos. Desde o seu lançamento em 2005, o MIREX tem sido conduzido por J. Stephen Downie a partir do seu Laboratório Internacional de Avaliação de Sistemas de Recuperação de Informação Musical (IMIRSEL), na Escola de Pós-Graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação (GSLIS) da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign. O MIREX tem cumprido um papel fundamental no aumento e no sucesso da comunidade de pesquisa em MIR. O MIREX já avaliou por volta de 1600 algoritmos em uma ampla gama de categorias de tarefas MIR. Esta palestra apresentará a notável diversidade e evolução dos problemas de pesquisa em MIR por meio do exame da história e do desenvolvimento do MIREX. Será mostrado como o MIREX vem acompanhando o enorme progresso que tem sido feito, por exemplo, em áreas como (i) extração de melodias de áudio, (ii) classificação de gênero a partir de dados simbólicos e de áudio, (iii) detecção de acordes em áudio,(iv) audio mood tagging, (v) similaridade em dados simbólicos e de áudio, e (vi) segmentação estrutural de áudio. Veja o wiki do MIREX para mais informações.

Downie, J. Steven J. Stephen Downie PhD, é Reitor de Pesquisa e Professor da Escola de Pós-Graduação em Biblioteconomia e Ciência da Informação na Universidade de Illinois em Urbana-Champaign. É também o Co-Diretor do Centro de Pesquisa HathiTrust (HTRC), diretor do International Music Information Retrieval Systems Evaluation Laboratory (IMIRSEL) e fundador e atual diretor do Music Information Retrieval Evaluation eXchange (MIREX). Ele foi o pesquisador-chefe do projeto Networked Environment for Music Analysis (NEMA), financiado pela Andrew W. Mellon Foundation. Ele é um dos pesquisadores-chefes do projeto Structural Analysis of Large Amounts of Music Information (SALAMI), co-financiado pela National Science Foundation (NSF), a Canadian Social Science and Humanities Research Council (SSHRC) e pelo UK's Joint Information Systems Committee (JISC)??. Ele tem atuado ativamente na criação da comunidade de Recuperação de Informação Musical (Music Information Retrieval - MIR) através de seu trabalho em curso com as conferências da International Society for Music Information Retrieval (ISMIR). Foi presidente fundador da ISMIR e agora faz parte do conselho do ISMIR.

 

Palestra convidada 3: Do NAPSTER ao ITUNES, sua música no mundo digital
Marcos Chomen

Resumo: Chomen faz uma introdução à música digital, passando pela venda online, streaming, tendências e números do mercado. Mostra como artistas independentes podem usar as plataformas e como algumas regras (ISRC, música cover, direitos autorais) devem ser seguidas. Como e de onde o artista pode receber dinheiro (SoundExchange, Execução Streaming, Execução Radio Internet), marketing digital para a promoção de bandas em redes sociais (Facebook, Reverbnation, Sonicbids, Nextbigsound, Jango Airplay etc), sincronização e soluções analíticas são temas presentes na pauta de conferência.

Marcos Chomen é responsável pelo desenvolvimento do CDBaby - maior distribuidor mundial de música independente - e do BookBaby - distribuidora de livros digitais - para a América Latina. Experiência internacional de 20 anos em Tecnologia da Informação, foi diretor geral da Cognos no Brasil e executivo na IBM responsável pela área de Soluções Analíticas. Participa de feiras mundiais de música e tecnologia como SXSW, CMJ, Womex entre outras.

Palestra Convidada 4: Representando estilo musical por meio de ferramentas de autoria de última geração Francois Pachet

Resumo: Máquinas de Fluxo é um ambicioso projeto de pesquisa patrocinado pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC) que se focaliza na ampliação da criatividade individual abordando-a a partir do conceito de "interações reflexivas". Interações reflexivas são interações homem-máquina que se utilizam de um sistema que tenta imitar o estilo do usuário. A premissa por trás das máquinas de fluxo é que, ao se manipular imagens de si mesmo, criam-se formas novas e muito eficazes para estimular a criatividade. Isso foi demonstrado, em especial, com o sistema Continuator e com interações com profissionais de jazz, bem como com crianças (ver também o projeto Mirror em curso). O projeto Máquinas de Fluxo articula estas ideias propondo uma forma radicalmente nova de se olhar para as ferramentas de criação de conteúdo. Nesta palestra, descrevemos os primeiros resultados do projeto na modelagem de estilo musical para a geração de conteúdo na composição e improvisação de jazz e na geração de texto.

Links: www.flow-machines.com

Pachet, François Dr. François Pachet é doutor pela Universidade Paris 6 (UPMC), onde foi Professor Assistente em Inteligência Artificial e Ciência da Computação até 1997. A partir de então, é responsável por um grupo de pesquisa em computação musical do Sony Computer Science Laboratory, em Paris, onde desenvolve projetos sobre o uso da tecnologia para a melhoria da experiência musical em todas as suas dimensões. Suas pesquisas envolvem a escuta e a performance interativa e uso de metadados musicais.

Entre seus projetos estão MusicSpace, PathBuilder e Continuator. Ele é o autor de mais de 80 publicações científicas nas áreas de metadados musicais e instrumentos interativos. Sua pesquisa atual concentra-se em criatividade e geração de conteúdo, no âmbito de um projeto europeu (European Research Concil – ERC Advanced Grant) para desenvolver os conceitos e tecnologias que ajudam seus usuários a encontrar e desenvolver seus próprios estilos musicais.

 

Painel 1: O Mercado de trabalho do músico na nova economia criativa – Coordenador: Geber Lisboa Ramalho

Resumo: As inovações tecnológicas recentes tiveram grande impacto no mundo da música. Se, por um lado, problemas relacionados ao direito autoral e à "derrocada" da indústria fonográfica podem ser vistos como pontos negativos, estas inovações também abriram oportunidades (e incertezas) para novas formas musicas (ou multimodais?), novos instrumentos musicais (digital music instruments?), novos modelos de negócios (como irão evoluir os shows?), novos nichos de mercado (cauda longa?), novos formas de divulgação (o que além das redes sociais?) e novos processo de criação (colaborativa inclusive?). Além disso, a convergência digital permite uma integração com outras áreas da economia criativa criando não somente novos mercados, mas estimulando o processo criativo. Este painel tem por objetivo discutir estes temas desafiadores e atuais.

Geber Lisboa Ramalho possui graduação (1988) em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba, mestrado (1992) em Ciência da Computação pela Universidade de Brasília e doutorado (1997) em Informática pela Université Pierre et Marie Curie (Paris VI), onde também fez seu pós-doutorado (2005). Professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco desde 1997, atua nas áreas de Inteligência Artificial e Entretenimento Digital, estando entre os pioneiros no Brasil na área de jogos digitais. Vem coordenando projetos nacionais e internacionais de pesquisa e inovação, incluindo a Rede Nacional de Visualização. Fez parte da diretoria do C.E.S.A.R., da Sociedade Brasileira de Computação e do conselho do Porto Digital. Ajudou a fundar empresas como a Meantime Mobile Creations, Jynx Playware e Daccord Music Software. Foi fundador das comissões especiais da SBC em Jogos e Entretenimento Digital e em Computação Musical.

Painel 2: Computação Musical: um olhar interdisciplinar – Coordenadora: Luiza Alonso

Resumo: O substrato da computação musical é o trabalho com o som. Seu objeto de estudo é aplicação de sistemas computacionais a fenômenos musicais. Seu campo de ação é a pesquisa sobre métodos e técnicas para a produção e processamento de dados e informações relacionados com o som. O som é um objeto de estudo comum a diferentes áreas do conhecimento, o que significa que a computação musical é uma atividade interdisciplinar ao envolver aspectos da música, computação, engenharia elétrica, física, antropologia, entre outros. Neste painel serão focados alguns desses aspectos e, à luz da Teoria da Complexidade, as melhores abordagens metodológicas para a condução de projetos com características inter ou mesmo transdisciplinares.

Luiza Beth Nunes Alonso possui graduação (1975) em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo, mestrado (1981) e doutorado (1985) em Educação pela Harvard University. Atualmente é professora e pesquisadora da Universidade Católica de Brasília, sendo a atual Diretora do Mestrado em Gestão do Conhecimento e Tecnologia da Informação. Tem experiência na área de Sociologia do Conhecimento, com ênfase na interface entre domínio conceitual e campos de aplicabilidade. Realiza pesquisas sobre os temas Inter e Transdisciplinaridade, Gestão Social de Conhecimentos, Redes Sociais e sobre a interação entre Conhecimentos, Tecnologia da Informação e Sociedade.