DRU (1997/98)

Fernando Iazzetta

Laboratório de Linguagens Sonoras - Comunicação e Semiótica - PUC-SP
Brazil

Abstract:

DRU was originally composed for a one-hour multimedia spectacle by Ivani Santana e Rachel Zuanon based on the work of Marcel Duchamp. Chance, probability and diversity are the base of this work which creates an interactive landscape by combining dance, image, music and the use of electronic technology. This piece is a condensed concert version and basically uses two types of sound sources: recorded voices and percussion instruments processed by different techniques such as cross-synthesis, filtering and granular synthesis, and; MIDI sequences produced by a careful combination of synthesized sounds controlled by an application written in MAX. DRU establishes a continual contrast between rhythmic material generated by random processes using the MAX environment and the more plastic material provided by the manipulation of recorded sounds. The result is an open "soundscape" inhabited by different sounds in constant interaction.

DRU foi composta para fazer parte de um espetáculo envolvendo dança, musica pré-gravada, projeção de vídeo e slides e iluminação. Alem disso, micro-cameras de video presas ao corpo das bailarinas geravam imagens em tempo-real, enquanto sensores de luz infra-vermelha dispostos no palco e na platéia controlavam o disparo de sons e imagens de maneira interativa. O espetáculo inspirado no trabalho de Marcel Duchamp tem 5 quadros (Rodas de Bicicleta, Ar de Paris, Etant Donnes, Jogo de Xadrez e Ready Made) com duração aproximada de uma hora. Essa versão abreviada para concerto (aproximadamente 8 minutos) e' quase que um resumo do material sonoro utilizado na versão integral. Basicamente existem três tipos de material sonoro bastante contrastantes na peca. O primeiro se apresenta logo no inicio, consiste em uma seqüência rítmica gerada através de processos randômicos criados no ambiente MAX. Uma batida forte constantemente deslocada sobre um pulso muito rápido seguida de pequenos motivos melódicos em quiálteras gera um movimento instável que oscila entre o regular e o aleatório. Os sons são cuidadosamente montados pela superposição de diversos timbres provenientes de 3 sintetizadores comerciais controlados via MIDI. O resultado tenta escapar da obviedade dos sons pré-fabricados criando um timbre composto de muitos outros timbres.

Um segundo material consiste de diversas amostras sonoras de vozes (uma cena urbana em Paris, a voz de um cantor de Tuva) e de sons percutidos que são transformados de diversas maneiras. A voz com os característicos multifônicos do canto de Tuva, por exemplo, e' apresentada em cross-sintese com o som de um didgeridoo, e os sons de um tamtam se desenvolvem pela peca transformados por diversos tipos de filtragem (a maior parte delas realizadas no programa AudioSculpt) de modo a adquirir características bastante diferentes.

Finalmente, o terceiro material foi gerado através de síntese granular. Sao sons que passeiam por todo o espectro sonoro atingindo regiões limites no grave (50Hz) e agudo (15kHz). O resultado as vezes lembra o som produzido por um bando de muito grande de pássaros em vôo dando uma dimensão espacial mais ampla `a peca.

O efeito desejado e' o de criar um grande espaço sonoro, uma "soundscape" onde cohabitam diversos personagens acústicos que interagem durante todo o desenrolar da peca.